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Videoconferência Internacional organizada pelo Curso de Especialização em Política e Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação

Em setembro de 2006 se realizou a Video-conferência sobre Uma Análise Estrutural das Redes de Inovação
desenvolvidas dentro da Lei de Informática: Características,
Tendências e Desafios
Evento promovido pelo Curso de Especialização em Política e Gestão de
Ciência, Tecnologia e Inovação - Área: Tecnologia da Informação
oferecido pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável/Universidade de
Brasília.

com o palestrante:
Prof. Dr. Fernando Perini em Organização da Inovação pela Universidade
de Sussex - SPRU - Science and Technology Policy Research.

Coordenação: Profª Drª Isabel Teresa Gama Alves - Coordenadora do
Mestrado em Política e Gestão de Ciência e Tecnologia
Organização: Prof. Dr. Eduardo Viotti, Pilade Baiocchi Neto e Marcelo
Felipe Moreira Persegona

Os objetivos da videoconferência foram:

* Apresentar um resumo do histórico do projeto de pesquisa em
andamento desde 2003 que envolveu a cooperação com a SEPIN/MCT (as
atividades realizadas e previstas) (10 min).
* Apresentar uma análise empírica da evolução das redes
interorganizacionais formadas pelos projetos de inovação declarados
dentro da Lei de Informática.(vide resumo abaixo) (45 min).
* Debater algumas das características, tendências e desafios das
políticas de incentivo à inovação para o setor de bens de informática
(50 min).

Experiência do Pesquisador

Fernando Perini é professor em Organização da Inovação pela
Universidade de Sussex - SPRU - Science and Technology Policy
Research. Sua atual pesquisa de doutorado explora a acumulação de
capacitação tecnológica nas subsidiárias de multinacionais e o
desenvolvimento de redes de cooperação no o setor de bens de
informática brasileiro.
Entre outros trabalhos recentes, destacam-se envolvimentos nos
projetos: \'The Task Force on Industrial Policies and Development\',
dirigido por Joseph Stiglitz (Prêmio Nobel em Economia e ex-economista
chefe do Banco Mundial) e \"EU Integration and the Prospects for
Catch-Up Development in CEECs: The Determinants of the Productivity
Gap\", encomendado pela Comissão Européia.
Fernando Perini formou-se em engenharia eletrônica e é Mestre em
Tecnologia pela Universidade Tecnológica do Paraná. Co-fundador do
Núcleo de Gestão de Tecnologia nesta instituição, trabalhou cinco anos
em projetos para o setor de Gestão Tecnológica Corporativa da Siemens
Mercosur e Centro Internacional de Tecnologia de Software - CITS.
Entre suas publicações, foi co-autor do livro \"Estratégia para
Competitividade, a inserção da variável tecnológica no planejamento
estratégico: o caso Siemens\".
SPRU (Science and Technology Policy) é o primeiro e maior centro de
pesquisa em nível mundial no tema de Política de Ciência, Tecnologia e
Inovação com 40 anos de experiência em pesquisa, consultoria e ensino
de pós-graduação.

Resumo da Apresentação

Muitos dos planos de abertura econômica nos países em desenvolvimento
assumiam que a liberalização dos mercados seria seguida de (i) um
fluxo natural de informação e tecnologia para empresas locais através
de investimento direto estrangeiro (ii) um reinvigoramento dos centros
de pesquisa existentes através de atividades de multinacionais que
irão buscar conhecimento especializado, e, (iii) um fortalecimento das
aglomerações existentes na forma de clusters.
No entanto, a literature recente tem levantado críticas a várias
destas suposições, visto que elas ignoram complexidades cognitivas
relacionadas a transferência de tecnologia, negligenciam as
características dos arranjos organizacionais, e tendem a exager o
papel de universidades na absorção e difusão de conhecimento. Neste
contexto, vários países bem-sucedidos na integração de suas industrias
em redes globais tem usado políticas de Ciência e Tecnologia para
promover ativamente o processo de aprendizado e difusão de tecnologia
na indústria.
Depois de décadas da política de substituição de importação, este
mercado foi aberto a investimento estrangeiro no início dos anos 90. O
regime anterior foi substituído por incentivos a comercialização de
produtos industrializados condicionados a manufatura e investimentos
em P&D local. A mudança institucional significou uma ruptura com o
sistema de inovação anterior, onde os investimentos em inovação eram
definidos pelo estado e/ou conduzidos por empresas que tinham acesso
privilegiado ao mercado interno. No novo regime, a responsabilidade
pelos investimentos foi transferida para as empresas na forma de
obrigações em investmentos em P&D. Este modelo promoveu investimentos
de mais de R$3 bilhões de reais envolvendo mais de 200 empresas e
outros 200 institutos de pesquisa e ensino durante a última década. A
Lei de Informática tornou-se umas das primeiras, e certamente, a maior
experiência da América Latina para a construção de um sistema setorial
de inovação após a abertura dos mercados na América Latina.
Esta apresentação tem como objetivo apresentar uma análise empírica da
evolução das redes interorganizacionais formadas pelos projetos de
inovação (\'redes de conhecimento\') em termos de treinamento em novas
tecnologias, investimentos em infra-estrutura, devenvolvimento de
produtos em hardware, software, sistemas, microeletrônica e processos
produtivos, assim como investmentos em pesquisa.
Utilizando-se de metodologias para análise de redes sociais, o estudo
mapeia a acumulação de competências induzido nas empresas e a
interação entre as instituições baseadas nos mais de 11000 projetos de
inovação realizados dentro do novo modelo institucional. A análise
observa empiricamente como estas redes estão relacionadas ao
desenvolvimento de competências dentro das empresas, o processo de
especialização ocorrido e a evolução de diferentes agentes na absorção
e difusão de conhecimento.
Alguns dos principais resultados observados são: (i) o número de
parcerias entre empresas e institutos está diretamente relacionada com
a acumulação de competências tecnológicas, no entanto, a acumulação de
conhecimento estratégico relacionada ao desenvolvimento de produtos e
processos é internalizada e/ou concentrada em poucos parceiros (ii)
devido a flutuação e consolidação do mercado e a mudanças
tecnológicas, subsidiárias se tornam elementos fundamentais nas redes
de inovação do setor e, os novos institutos privados tornaram-se
importantes elementos-chave na transferência de conhecimento dentro da
rede,
(iii) as redes de inovação dentro da setor apresentam diferentes
características, tendências e desafios, apontando para a necessidade e
possibilidades de ajustes nas políticas tecnológicas adaptadas para as
contingências envolvidas. Neste sentido, alguns dos metódos de análise
de redes sociais apresetam oportunidades promissores na tentativa de
ir além do embasamento ideológico, em direção da concreta análise e
gestão da co-evolução entre organizações e instituições.