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Solange explicou com a Unemat se estruturou para atender os indígenas

Brasil começa, aos poucos, a lançar luz sobre a reserva de vagas na graduação para estudantes indígenas brasileiros. Discutir esse processo é um dos pontos do II Encontro de Estudantes Indígenas no Ensino Superior e do I Encontro da Rede Brasileira de Instituições de Ensino Superior para Povos Indígenas, realizados até terça-feira, 5, na Universidade de Brasília (UnB). Na manhã do segundo e último dia da programação, o foco foi dirigido a uma parte do tripé sustentador do Ensino Superior que, muitas vezes, é esquecida. A extensão universitária foi um dos temas abordados pela Pró-reitora de Extensão e Cultura da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), Solange Castrillon.

Solange trouxe a Brasília a experiência desenvolvida naquela instituição, onde assumiu o cargo de Pró-reitora em 2002. De lá para cá, a universidade mato-grossense criou o Núcleo de Estudos sobre Educação e Diversidade (NEED) e o Núcleo de Estudos Sobre Educação, Gênero, Raça e Alteridade (NEGRA). Entre outros objetivos, os órgãos desenvolvem projetos de extensão em comunidades indígenas. O alcance é grande: com onze campi, a Unemat tem acordos com 123 dos 141 municípios do estado.

“É preciso discutir coletivamente”, argumenta Solange. Para ela, um programa proposto unilateralmente e aplicado pela universidade corre o risco de se tornar assistencialista. Nesse sentido, os núcleos da Unemat desenvolvem projetos como um curso pré-vestibular para negros, índios e agricultores de assentamentos; cursos de inglês, espanhol e português para indígenas e pesquisas sobre plantas da região e sobre o ensino superior para povos nativos.

MODELO – Para a professora do Departamento de Artes Visuais da UnB Maria Luiza Fragoso, a universidade brasiliense pode se beneficiar com os modelos propostos pela instituição do Mato Grosso. Juntas, as duas integram a Rede Brasileira de Instituições de Ensino Superior Indígena (REDE), lançada na abertura dos encontros, na manhã de segunda-feira, 4. A relação de Maria Luiza – que coordena a Rede em Brasília – com o Mato Grosso vem desde a década de 1980. Naquela época, ela realizou atividades de extensão em arte e educação com comunidades indígenas nos campi avançados da UnB, nas cidades de Nova Xavantina e Barra do Garças.

Durante vários semestres, a professora levou grupos de estudantes para, em temporadas de quinze dias, trabalhar em projetos locais. “Isso (participar ativamente da Extensão) é uma obrigação do universitário”. Apesar disso, ela admite que existem muitas dificuldades para alcançar localidades afastadas dos grandes centros urbanos. “Não tem solução que não passe pela busca de convênios e parcerias”, acredita.

Na opinião de Solange, a participação de alunos indígenas em projetos de extensão nas aldeias é ainda mais importante. “É a visão de alguém que veio lá de dentro”, diz. Segundo a professora da UnB, esses trabalhos também ajudam tais estudantes a compreender melhor as relações entre a sociedade na qual vivem e a universidade. “Abrem-se reais canais de retorno”, completa.

PARTICIPAÇÃO – O entusiasmo frente à implantação da REDE não se limita aos professores. A amazonense Mirian Tukano, 28 anos, aluna do 5º semestre de Administração, e a baiana Iracema Tuxa, 37,  que está no 4º semestre de Direito, entraram na UnB em 2004, graças a acordo entre a instituição e a Fundação Nacional do Índio (Funai). Para elas, a organização das Instituições de Ensino Superior irá acelerar a criação de novos projetos de extensão voltados para comunidades indígenas.

Elas trabalham na Rede desde junho de 2006 e já pensam em propor projetos em aldeias no futuro. “O encontro é só o início. A troca de informações vai aumentar e isso irá ampliar o intercâmbio de alunos e idéias”, diz Iracema. Para Solange, os projetos extensionistas também podem ajudar a levar estudantes brancos e negros a conhecer a realidade dos povos indígenas brasileiros. A troca de conhecimento, como se vê, vai além da noção de etnia.

SERVIÇO
Os interessados em participar das discussões no âmbito da Rede Brasileira de Instituições de Ensino Superior Indígena (REDE) podem acessar o link www.redeestudantesindigenas.net. O portal é aberto tanto para pessoas físicas quanto para instituições.