Sistema
de cotas no ensino superior ofereceu 25 mil vagas aproximadamente
este ano
A
Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) tem a
expectativa, para este ano 2006, que o número de cotistas nas
instituições federais e estaduais do país chegue
a 25 mil. No fim do primeiro semestre de 2005, o total de cotistas
era de 10.635 estudantes em 12 universidades. Hoje, são 24
instituições. A última que aderiu ao sistema é
a Universidade Federal do ABC (UFABC), na Grande São Paulo.
Segundo o
reitor Hermano Tavares, da UFABC, o primeiro processo seletivo de
alunos para a instituição já abre com a adoção
da política de cotas. “Temos 1,5 mil vagas e 50% delas serão
destinadas a alunos da rede pública. Com base nestes números
estamos definindo os percentuais para negros, pardos e indígenas”,
explicou.
A
primeira instituição federal a adotar o sistema foi a
Universidade de Brasília (UnB), no segundo semestre de 2004.
Atualmente, são oito. Na Universidade Federal do Tocantins
(UFT), as cotas são para indígenas. O restante das
instituições é estadual. As primeiras
experiências de cotas no ensino superior datam de 2003, nas
universidades estaduais do Rio de Janeiro (Uerj), do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro (Uenf), da Bahia (Uneb) e do Mato Grosso do Sul (UEMS).
“A
adoção do sistema de cotas é decisão dos
conselhos universitários de cada instituição,
existindo diferenciação na forma e percentuais de vagas
reservadas entre elas”, explica Deborah Silva Santos, consultora da
SESu.
No
primeiro processo seletivo de 2005, o sistema de cotas nas
universidades federais beneficiou mais de três mil alunos
negros. A Federal da Bahia (UFBA) matriculou 1.385; a de Alagoas
(Ufal), 445; a de São Paulo (Unifesp), 27; do Paraná
(UFPR), 396; e a de Brasília (UnB), 782. Nas estaduais, o
número de cotistas negros é maior. A de Mato Grosso do
Sul (UEMS) ofertou 328 vagas no vestibular de dezembro de 2003, mais
348 vagas em 2004 e 308 em 2005, totalizando 912 alunos negros
cotistas.
A Uneb
reservou 40% das cotas para negros oriundos da rede pública,
no vestibular de 2003. Das 5.550 vagas oferecidas, os cotistas
preencheram 2.220. A Uneb tem 3.440 alunos negros cotistas. A Uerj,
com reserva de vagas desde 2003, tem 2.539 alunos negros cotistas. A
Uenf adotou o sistema de cotas para afro-descendentes e indígenas,
em 2003. A instituição tem 286 negros cotistas. Na
estadual de Londrina (UEL), o sistema começou a vigorar em
2005, beneficiando 279 alunos negros. A estadual de Montes Claros
(Unimontes) adota o sistema desde 2005. O processo beneficiou 144
alunos negros, sendo 61 homens e 83 mulheres. Confira a lista das
universidades com reserva de vagas socio-econômicas e
étnico-raciais (alunos de escolas públicas, negros e
indígenas).
Repórter:
Sonia Jacinto
(www.seduc.mt.gov.br)